É curioso quando se aborda o tema de mídias sociais em empresas porque normalmente ouve-se um discurso semelhante que  oscila entre  “queremos crescer a base de fãs no Facebook!” e “como aumentamos nossos followers no Twitter ou Instagram?”. A grande maioria das empresas e seus gestores  hoje medem seu sucesso nas redes sociais pela quantidade de pessoas e não necessariamente pela qualidade daquilo que se comenta, compartilha ou se interage nas redes sociais.

engajamentoJá observamos pequenos empreendedores desmotivados em inserir conteúdo em suas redes sociais porque tinham “poucos fãs” e grandes marcas caindo na acomodação do “vamos postar outra foto para gerar likes e ter um relatório interessante no final do mês”.

No final das contas, ambos posicionamentos são nocivos do ponto de vista de gestão de redes sociais, uma vez que um despreza a quantidade de pessoas envolvidas com sua marca e o outro desqualifica a base de fãs que acumulou, oferecendo conteúdo aquém do que poderia.

O conceito de engagement, ou como chamamos aqui no Brasil engajamento, transcende o ato de “curtir” um post ou compartilhar uma imagem bonita/engraçada/curiosa. O ato de criar laços entre uma marca/produto/serviço com seu público é algo que vai além.

A partir do momento em que a pessoa entra em contato com a mensagem transmitida, ocorre um processo de identificação com o emissor da mensagem e cria-se um senso de cumplicidade de valor financeiro é imensurável. Pronto, sua marca/produto acabou de ganhar um brand advocate, ou em bom e velho português, um defensor/advogado da sua marca/produto.
Nesse laço estabelecido, pouco importa se o produto/serviço era caro ou barato, se é para classe A, B ou C e se todos os amigos vão gostar ou não do conteúdo compartilhado. A essa altura a conexão estabelecida já se tornou algo passional, como uma preferência musical ou por time de futebol. Como uma cena emocionante de filme ou uma piada dessas de fazer rir até chorar.

Um exemplo que pode ilustrar essa conversa é o recall que a P&G conseguiu com seu vídeo sobre mães nas olimpíadas. Se você perguntar para 9 entre 10 pessoas que produtos da marca  figuravam nesse vídeo, poucos ou quase ninguém será capaz de contar. Mas muitos se lembrarão do nó na garganta, do choro embargado ou das mensagens calorosas compartilhadas com esse vídeo redes sociais afora. Passadas as Olimpíadas 2012, quando se pergunta sobre recall das marcas presentes do evento, lá está a P&G com as suas mães homenageadas.

No momento de se criar conteúdo ou abrir um novo canal de social media, é importante refletir sobre o que sua empresa tem a dizer, o que ela tem para criar conexão com seus consumidores. No final do dia, criar engajamento será a base de sustentação dos seus canais e a ferramenta que permitirá o crescimento e manutenção da quantidade de fãs/seguidores. Tenha um bom conteúdo e os seguidores surgirão!

Em resumo: 

Melhor sempre dar uma conferida se:
1. Sua estratégia faz sentido;
2. As métricas (KPI’s) escolhidos para medir o sucesso dessa estratégia fazem sentido;
Fãs são o resultado, uma CONSEQUÊNCIA do trabalho bem feito. Mas “empurrar” fãs pra dentro da base é tão inteligente quanto empurrar o ponteiro do velocímetro com o dedo pra ver se o carro anda mais rápido.
Rodrigo Rubio
É geek, engenheiro, consultor, defensor do conteúdo de qualidade e da eliminação dos falsos gurus da Web. A menos que sejam engraçados.
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